quinta-feira, 17 de abril de 2008

Você tem direito de interferir sobre a vida?


A natureza humana e o fim que são deveres em Kant.


Em Kant só a ação moral pode validar a virtude, esta que caminha para objetivando um bem. Como a prática da coragem que conduz a um bem comum tendo por objeto o ato virtuoso. A herança de Kant são os estóicos, em sua filosofia o “código da razão” é a moral da razão com você mesmo, ou seja, a virtude visa um bem último ao ser que a pratica com o outro que recebe o beneficio. Para o filósofo a virtude é austera, impassível à dor, corajosa, é a força máxima dos seres humanos no cumprimento de seu dever. O respeito pela lei é uma virtude ética, ele concebe a virtude como uma máxima universal, significante do homem ontologicamente e na prática.

A antropologia kantiana tem como centro o homem cosmopolita (sua a natureza e fim por si próprio). A metafísica antropológica kantiana concebe a idéia do homem como partícipe da natureza e de suma importância em seu equilíbrio. Na sua obra a Metafísica dos costumes ele afirma que se há um tribunal que julgue minha ação não é o costume e a cultura da época, e sim a minha própria razão, ou seja, a racionalidade, esta que me faz ser humano e exercer o dever que me conduz a buscar e fazer o melhor possível almejando a perfeição. Os deveres qual me levam a contribuir para a felicidade do outro, ser um cidadão do mundo e aspirar assemelhar-me a um homem melhor sintetizam atitudes para alcançar os fins que são deveres para promover a virtude e consequentemente obter a felicidade.

Em outro contexto o filósofo explana sobre a minoridade (não de idade) de subordinação, ou seja, o sujeito que se coloca em tutoria diante do outro e exemplifica com as relações de autoridade do professor, do médico e do juiz com seus subordinados. O ato de jogar a responsabilidade por qualquer equívoco que cometa a autoridade que lhe é superior ocasionando a vicissitude de sempre se anular diante de decisões para isentar-se de uma possível culpa que acarrete o ato. Para Kant a liberdade é um ato de coragem, a autonomia propicia crescimento do indivíduo para sair do comodismo de apenas cumprir ordens e assumir responsabilidades por gozar desta liberdade autônoma.

Kant tem em sua máxima deveres que possui para consigo e para com os outros (Doutrina da Virtude e do Direito), esta divisão da doutrina dos costumes como um todo, baseia-se no conceito de liberdade que é comum a ambas, em torno necessário de dividir os deveres em deveres de liberdade exterior e interior, sendo estes últimos éticos. Por conseguinte, a liberdade interior deve primeiramente ser tratada numa observação preliminar como a condição de todos os deveres de todas as virtudes em geral. (A metafísica dos costumes, p.249).

A natureza humana na concepção kantiana convida o sujeito a consultar o Imperativo Categórico que o conduzirá ao reto caminho. A doutrina de Kant é resolutiva dos problemas e transporta o sujeito à conduta ideal para consigo e com o mundo que lhe cerca. O Imperativo situa-se à luz da razão e não acima da cultura, a razão constituinte do sujeito que lhe priva das paixões e instintos que não habitam no edifício da racionalidade.

Você tem direito de interferir sobre a vida?A pergunta tem intrinsecamente como resposta a razão iluminada a favor da consciência, esta que é convidada a agir de acordo com a “Lei”, que em Kant é a aplicação da lei moral aplicada no juízo da ação.

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