quinta-feira, 29 de julho de 2010

O erro está em quem?

  Dr Juliana Amaral


Muitas são as perguntas que chegam com queixas a respeito de namoros que não duram, de pessoas que percebem dificuldades em manter o relacionamento por longos períodos, de desencantos logo no início do namoro e assim por diante, ou seja, queixas sobre rupturas muitas vezes precoces que geram dúvidas e perguntas: quem errou? em quem está a falha?

Para exemplificar segue a seguinte pergunta "Meus relacionamentos não duram mais de um mês. Conheço alguém, me empolgo muito, mas depois começo a enjoar e a brigar por bobeira. Quero muito encontrar alguém especial e que me complete. Mas todos que conheço sempre têm defeitos que eu não suporto. As vezes, chego a pensar que o erro está em mim. Gostaria de alguma opinião que pudesse me ajudar a tornar permanentes minhas relações, uma vez que acabo perdendo pessoas legais e me desgastando com esses términos. Agradeço"

Voltando no tempo, quando todos éramos crianças, vamos recordar sobre nossas primeiras relações afetivas. No primeiro momento os pais, a família, os tios, todos faziam um grande e cuidadoso esforço para se adaptar às necessidades do bebê, muita atenção, carinho, cuidados e presença. Respeito e busca de compreensão ao que o bebê precisava, atitudes e gestos adultos para atender ao frágil bebê que chega no mundo precisando fazer grandes adaptações. De forma a fazer a vida dele mais fácil, todos contribuem com muita atenção. Nesse momento, apesar de viver algumas frustrações (afinal não existe um mundo, mesmo para o bebê, sem elas) o cenário é todo trabalhado de forma que elas sejam poucas e toleráveis para o bebê. Assim ele chega ao mundo se sentindo bem vindo e acolhido. Bebês vivem com seus pais uma relação plena em amor, afeto onde ele é sem dúvida o grande centro de suas vidas. Essa relação de profunda adaptação dos adultos com relação as necessidades do bebê dura alguns meses até que pouco a pouco os pais, em especial a mãe, retoma seus interesses no mundo lá fora e transforma com o tempo sua relação com a criança e ela passa a já não ser mais o exclusivo centro das atenções. O desenvolvimento, o crescimento vem acompanhado de perdas e frustrações, mas também de boas e novas experiências.

Tudo correndo bem, todos trarão um forte e primeiro registro de poucas falhas do ambiente até que gradativamente se fortalecem à medida que essas falhas aumentam. Fica portando a marca de uma forte ilusão que o mundo é num primeiro momento um lugar feito para nós.

O que vemos, e muito hoje em dia, são adultos que possivelmente por diversas razões não conseguiram dar o salto do amadurecimento emocional e buscam ainda nas suas relações afetivas o mesmo modelo que viveram no passado com seus pais. Buscam a ilusão de uma profunda adaptação às suas necessidades, buscam relacionamentos sem falhas (apesar deles próprios terem muitas) e buscam uma completude impossível de ser encontrada nos moldes que um dia conheceram.

"Mas todos que conheço sempre têm defeitos que eu não suporto". O que ela chama de defeitos insuportáveis, nada mais é do que as características de uma personalidade diferente da sua, alguém que pensa, sente e age de forma diferente, mas importante salientar que não necessariamente detestável, simplesmente que diverge. Esse é um bom exemplo de alguém que ainda não conseguiu dar o salto que todos precisamos a fim de conseguirmos travar relações afetivas na maturidade. A dificuldade em lidar com a diferença surge dessa forma, não tolerando o defeito do outro, relembrando que o defeito pode ser nada mais que uma característica diferente da sua.

"Conheço alguém, me empolgo muito, mas depois começo a enjoar e a brigar por bobeira." . Novamente é visto um modelo possivelmente infantil onde há a primeira ilusão de perfeição, ela se empolga, se interessa, mas aos primeiros sinais de divergência e diferença entre as personalidades, a defesa que se encontra é de enjoar da pessoa e brigar por bobeira e assim se afastar da causa do sofrimento. O que denota uma atitude infantil que ao invés de perceber que o outro tem falhas, mas que também tem qualidades, se fixa apenas nos pontos onde diferem e sente apenas a frustração não conseguindo reconhecer momentos de prazer e satisfação com o companheiro, eles passam a ter um peso menor ou quase nulo frente às frustrações. A defesa para o que incomoda é então brigar e enjoar. A briga no final acaba sendo com você mesma, o outro apenas representa suas próprias falhas e dificuldades.

"Quero muito encontrar alguém especial e que me complete." Buscar alguém especial é importante, fundamental, o risco existe na condição da completude. Quando se busca alguém que complete dois caminhos podem ser seguidos o infantil e o adulto. O infantil se configura por aquele que estamos falando, um parceiro "mãe/pai" que ame incondicionalmente, que faça esforços eternos em agradar, que tenha pouquíssimas falhas e se adapte a todas as necessidades. O adulto seria aquele que completa justamente nas diferenças, com quem se estabelece trocas constantes, tolerância para as diferenças e capacidade para frustrações. Se completar não significa se encaixar perfeitamente como na ilusão do amor dos contos de fada e sim encontrar amor, parceria e troca.

"As vezes, chego a pensar que o erro está em mim." Não precisamos falar em erro, mas é sem dúvida um ponto importante sobre o qual refletir. Podemos dizer que não o erro, mas a dificuldade em lidar com a alteridade está sim em quem age dessa forma. Sabemos que essa dificuldade não é necessariamente o único determinante para que os relacionamentos não venham dando certo, mas é certamente um aspecto muito prejudicial, afinal como manter um relacionamento adulto e maduro quando se ama de forma infantil?

Conclui-se por fim que amar na vida adulta é uma tarefa conquistada dia a dia e que começa seu aprendizado no passado, nas primeiras relações. Dessa base inicial vem a estrutura que nos permitirá amar o outro apesar de suas falhas e diferenças. Com o crescimento, tão necessário crescimento, aprende-se dia a dia que se relacionar é uma aventura vivida por duas pessoas, duas personalidades que ora terão suas semelhanças e ora suas diferenças. Essa é a graça do amor na vida adulta, mas poder viver esse amor de forma prazerosa exige que um caminho emocional tenha sido percorrido. Encontrar o prazer no amor adulto requer crescimento e requer que se abra mão de muitas fantasias e idealizações, apenas assim se estará verdadeiramente livre para amar o outro como ele é, apesar de suas falhas e defeitos.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

ENTÃO O QUE VALE? OS CAMINHOS DO ESPÍRITO E OS BENS QUE DELES ALCANCAMOS...

recebi esta carta de uma pessoa muito especial para mim..

18 de junho de 2010, sábado, 7 hs da manhã.

          Eu mesma já pensei que a felicidade são só os momentos felizes que passam e se esvaem como fumaça. Hoje, porém, tive uma grande lição, e por certo muito precisava. A bondade de Deus assim determinou.
          Um bebê tão frágil,como todos nascem me foi presenteado; ao vê-lo e pegá-lo no colo, logo após sua chegada a este mundo, tão frágil e pequeno, mas abrigando um espírito de luz radiante, a luz do Criador.
          CHARLES
          Filho de minha amiga Beth, na época vizinhas e passando por momentos difíceis em sua vida; meu marido, um homem acima de tudo bom, ajudou-me a prestar pequena ajuda a ela e assim é que estávamos na maternidade quando do nascimento do Charles.
         Pegando -o ao colo, nem me lembrava mais, mas disse (segundo a própria Beth) que ele teria uma grande e bonita missão em sua vida terrena!  Acontece que Charles acha que foi professia. Não. Não foi. Foi DEUS iluminando meu entendimento.Fez-me "enchergar" a luz que por certo "o ENVOLVIA"
         Charles, católico, como sua mãe, aos 22 anos reconheceu a inutilidade da matéria e tudo que dela vem. ENTÃO O QUE VALE? OS CAMINHOS DO ESPÍRITO E OS BENS que deles alcançamos, que são ETERNOS, que se aproximam da perfeição e de DEUS, a suprema PERFEIÇÃO. Que não nos deixam amargo sabor de vazio, apaziguam nossa alma, preenchendo-a de completa paz e felicidade. Foi então para o apostolado e hoje é já é Frei.
         Não me sinto dígna de tamanha felicidade, que esta bela criatura tenha se lembrado de mim e me telefonado da Itália onde agora se encontra completando seus estudos que o levará a uma categoria superior, desejada e mais do que merecida. Ele tem a UNÇÃO DE DEUS e a ajuda dos irmãos da luz que o amparam, ANJOS como ele mesmo.
         Aprendí então que a felicidade é, na realidade momentos de graça, mas que não se apagam nem se esvaem como a fumaça, porque fundo na minha alma ficará este dia, gravado para sempre. Aprendí que existe algo que nos remete a DEUS, nos eleva, nos tira dos abismos que nós mesmos cavamos com nosso afastamento dessa bendita força criadora, pura e sagrada FORÇA DE DEUS.
                                                                                          
Nancy "         

quarta-feira, 14 de julho de 2010

La vita comincia a quarant'anni?



Potrebbe essere vera questa frase di Platone (filosofo del secolo VI prima di Cristo) nel suo contesto storico, cioè l'antica Grecia, dove era molto apprezzata la saggezza dei più anziani. Oggi però mi sembra che la sapienza dei capelli bianchi sia stata sostituita dalla bellezza dei corpi plastici e dalla facce lisci e sempre giovani. .

Ma che cosa succede in questo nostro tempo? Questo è il problema: quando viviamo una apatia universale nulla accade. Quando Einstein disse che tutto era energia e anche la materia era energia condensata, forse non avrebbe visualizzato il nostro futuro che oggi è un simbolo della mancanza di energia e che non produce più la creatività e la grandezza del pensiero, ma produce bellezze artificiale. Energia male utilizzata!

Cosa voglio dire con questa piccola riflessione? Forse Platone aveva ragione e dobbiamo risorgere, forse clonare e moltiplicare il suo pensiero. La sua tesi è corretta, perché la vita comincia davvero a quarant'anni. Gli psicoanalisti sostengono che è in questo periodo, cioè quarant'anni, che l'uomo vive una grande crisi esistenziale e così, dopo questa fase, se lui resiste, certamente diventa più forte e più saggio. E se la vita inizia quando si raggiunge la piena maturità e saggezza di vivere, poi con il ragionamento logico, la vita veramente comincia a quarant'anni. Platone aveva ragione!

terça-feira, 13 de julho de 2010

Noites com Sol...

Ouvi dizer que são milagres
Noites com sol
Mas hoje eu sei não são miragens
Noites com sol
Posso entender o que diz a rosa
Ao rouxinol
Peço um amor que me conceda
Noites com sol

Onde só tem o breu

Vem me trazer o sol
Vem me trazer amor
Pode abrir as janelas
Noites com o sol e neblina
Deixa rolar nas retinas
Deixa entrar o sol

Livre serás se não te prendem

Constelações
Então verás que não se vendem
Ilusões

Vem que eu estou tão só
Vamos fazer amor
Vem me trazer o sol
Vem me livrar do abandono
Meu coração não tem dono
Vem me aquecer nesse outono
Deixa o sol entrar

Pode abrir as janelas

Noites com sol são mais belas
Certas canções são eternas
deixa o Sol entrar

sábado, 10 de julho de 2010

Diante daquele que sofre eu me reconheço


No final da vida seremos julgados unicamente pelo pequeno amor que demos... pelo sedento, pelo nu, pelo prisioneiro e pelo faminto..... o amor nos salvara!

 
Compaixão! Hoje por duas vezes escutei essa palavra e ainda necessito escutar mais vezes. Talvez, um salto do eu para o outro seja um imperativo humano, um mandamento não apenas teologico mas tambem existencial.

Hoje é um belo dia de sabado, e para os habitantes da Italia, especialmente da cidade de Siena, pode se sentir ,de uma forma bem concreta, o escaldante Sol que nos aquece ao ponto de nos fazer suar, transpirar e chegar ao limite do calor. Limite, esta é a palavra que eu desejava utilizar para chegar ate ao tema central que é a compaixão. Sem limite não existe compaixão.
Parece que falo de amor e é a mais pura verdade, quando reflito sobre compaixão preciso antes meditar sobre o amor. Palavra que não saiu de moda, mas fora substituida e deslocada para a dimensão da paixão. Descontextualizaram o amor! 
Amor, compaixão e limite. Matrimônio de palavras que se entrelaçam e interpretam-se,tornam-se sinônimos de vida e quem as encontra no caminho conhece sua profundidade. O limite: ainda esta semana uma moça disse a seu namorado “cheguei ao limite”, palavras duras que certamente saiam de seu coração, porem, um pouco de tempo depois, com a respiração ofegante lançou se nos braços do rapaz,; uma palavra de limite para depois repousar na paz do amor; Amor: Mas aonde caminha o amor? Perguntou-me um rapaz do sul da Africa no meio de nossa aula de gramatica italiana e eu o respondi: estacionado em seu coração aguardando você aciona-lo. Basta poucas palavras para descobrir que a solução esta dentro e não fora. E a compaixào: no meu percurso diario, sempre caminho quarenta e cinco minutos  e neste percurso vejo e escuto muita coisa. Duas irmãs a frente de  uma Igreja Catolica rezavam por sua amiga doente. Interrogei para saber o porque de uma prece fora da Igreja se podiam fazer dentro e elas disseram que eram muçulmanas. Olhei em seus olhos e perguntei: Qual é a religião de Deus? Vi as duas depois, acendendo uma vela dentro da Igreja e fazendo suas orações.
Compaixão de rezar pelo outro que sofre e ao mesmo tempo rezar por você que sofre junto. Caminho de pedras que necessita ser percorrido e reconhecido, mais pesado quando se porta alguem no colo, porem mais edificante. O que você carrega no colo hoje? É muito pesado? A compaixão diminui o peso e torna leve o fardo, como disse Jesus “vinde a mim vos que estais cansado e fatigado que tornarei leve vosso fardo”, o amor cobre uma multidão de pecados e a compaixão absolve.
Que possamos caminhar com o coração pleno de amor. Seremos mais compassivos e generosos com os outros. Amar o proximo como a si mesmo hoje é decreto da humanidade carente de partilha e comunhão, não podemos mais comer o pão sozinhos ou andando depresssa, é preciso fazer refeição com o outro, descansar e colocar o pão sobre a mesa para fazer partilha. Mesmo que custe alguns minutos, saibas que não custarà a vida toda e nem você sabe ao certo se terà a vida toda. Esforce-se para ser um no meio, junto e com o outro. Basta de individualismo!

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Vida de Cinema...


E indiscutivel que agora estamos em tempo de alta velocidade, alta voltagem e tudo segue um ritmo desumano. Parece que o tempo que antes era nosso amigo, agora se tornou nosso grande adversario. Palavras substituidas por pequenas siglas, musicas que dão mais valor ao acustico do que aos ouvidos, automoveis que em um segundo chegam a alcançar velocidades antes impensaveis, sentimentos liquidos, amores de plastico e relações formalmente convenientes.

Agora, quando penso na televisão, e para ser mais exato no famoso big brother, observo que não muito distantes do tempo estaremos vivendo algo muito semelhante que reproduza vinte e quatro horas por dia o que hoje chamamos de vida em um grande cenario com alguns atores e figurantes. A vida cinema, intitulo assim, pois a vida se tornou uma grande atração e em busca de ibope alguns estão vendendo emoções, comercializando lagrimas e sorrisos, simulando matrimonios e experiências de vida e por mais inacreditavel que possa parecer criando personagens de si mesmo como modelo de formas de vida a serem copiadas. Me pergunto muitas vezes antes de dormir como foi meu dia e se em algum momento deixei  de ser realmente transparente em minhas relaçoes. Me pergunto por aquele telefonema que realizei a uma pessoa que muito estimo e analiso a veracidade de minhas palavras, analiso o olhar de carinho que ofertei a algum amigo ou mesmo um abraço apertado dado numa ocasiao qualquer. Vida espetaculo? Pode-se viver, porem so ate o momento que você recosta sua cabeça no travesseiro, pois, dali em diante não tem a quem mentir, simular ou maquear. Para si mesmo? Não!

Andando pelas ruas de Siena, me esbarro com uma amiga vietnamita. Estudamos juntos já faz um mês e por alguns instantes me dispercei enquanto conversavamos. Desatenção porque talvez eu tivesse algo “mais importante” para fazer do que dar atenção a ela naquele instante, pois bem, ela não notou acredito eu, e alem do mais ela nem sabe que sou religioso e que tenho um compromisso com o evangelho de Jesus, porem “Eu sei quem sou” e isto me Basta! O que seria mais importante do que ouvir alguem que ao seu lado se encontra e  se dirige a você com fidelidade, isto é com confiança e amizade para falar de si mesmo? Compromisso de ser um e não mais um no mundo, parece que sou vitma agora de meu proprio descaso, neste cenario o protagonista é desatento porque se esqueceu quem é e por isso sempre deve fazer algo mais importante do que faz no momento presente. Aprendi bem a liçao moderna que diz o tempo é dinheiro, a fila anda e o ultimo chega por ultimo mesmo. Esqueci quem sou!

Talvez este seja teu caso hoje, tenha sido ontem ou quem sabe sera amanha. O que quero dizer com este pequeno escrito é que nas coincidencias e nos desencontros podemos beber agua da fonte, comer pao do ceu e falar com Deus sem saber e ainda por cima nem prestar atençao. Nada é por acaso e quando se descobre a grandeza da vida que existe em cada ser humano, não se faz pouco caso de ninguem. Sabe aquele homem que abriu a porta do onibus para voce hoje, ou aquela mulher que com uma vassoura fazia a limpeza de uma parte da cidade ou aquela moça que pintava suas unhas e depois ajeitou seus cabelos num pequeno salao de cabelereiro … talvez voce não retornara a ver-lo ou ver-las. “Tanto faz a vida continua”, isso não é verdade as lacunas que se deixam não podem ser substituidas ou voce acredita que de fato podem. A tinta da unha riscada não pode ser retocada por cima, deve ser pintada denovo, tambem o cabelo escovada, depois que algumas gotas de chuva molharam, necessita de um novo permanente. Afirmo que o imperativo hoje é atençao, para não ter que fazer denovo, porque nem sempre tem o denovo. Existe o fazer denovo para um coraçao machucado, alias, tente apagar alguma cicatriz que tenha em seu corpo. Parece que hoje a receita é tampe, esconda e jogue um pano encima.

Por fim, a vida não esta na televisao e nem há um set para uma nova filmagem caso a primeira tenha saido errada. Se a palavra foi mau pronunciada não se pode regravar a cena e nem espere o grito de um diretor após um erro de olhar ou gesto que voce não fez e deveria ter feito. A vida é real e depois que se abre a porta o vento vem, depois que se abra a janela o Sol toca a sacada da casa... é o inevitavel! Assim finalizo dizendo: sem pressa, com cuidado, com amor e sem competiçao porque sempre tera alguem que faz diferente de voce e alguns dirao que faz melhor outros dirao que faz pior, mais não há uma verdade neste discurso e apenas pontos de vista....Alias qual é o seu ponto de vista? Olhe vagarosamente para não se enganar num olhar apressado!

sábado, 3 de julho de 2010

Ler, divulgar, refletir e . . . praticar !

Estamos com fome de amor...
(JORNAL O DIA! Arnaldo Jabor)


O que temos visto por ai ???
Baladas recheadas de garotas lindas, com roupas cada vez mais micros e transparentes.


Com suas danças e poses em closes ginecológicos, cada vez mais siliconadas, corpos esculpidos por cirurgias plásticas, como se fossem ao supermercado e pedissem o corte como se quer... mas???


Chegam sozinhas e saem sozinhas...
Empresários, advogados, engenheiros, analistas, e outros mais que estudaram, estudaram, trabalharam, alcançaram sucesso profissional e, sozinhos...
Tem mulher contratando homem para dançar com elas em bailes, os novíssimos "personal dancer", incrível.


E não é só sexo não!


Se fosse, era resolvido fácil, alguém dúvida?
Sexo se encontra nos classificados, nas esquinas, em qualquer lugar, mas apenas sexo!
Estamos é com carência de passear de mãos dadas, dar e receber carinho, sem necessariamente, ter que depois mostrar performances dignas de um atleta olímpico na cama ... sexo de academia . . .

Fazer um jantar pra quem você gosta e depois saber que vão "apenas" dormir abraçadinhos,
sem se preocuparem com as posições cabalísticas...
Sabe essas coisas simples, que perdemos nessa marcha de uma evolução cega.
Pode fazer tudo, desde que não interrompa a carreira, a produção...
Tornamo-nos máquinas, e agora estamos desesperados por não saber como voltar a "sentir", só isso, algo tão simples que a cada dia fica tão distante de nós...
Quem duvida do que estou dizendo, dá uma olhada nos sites de relacionamentos "ORKUT", "PAR-PERFEITO" e tantos outros, veja o número de comunidades como: "Quero um amor pra vida toda!", "Eu sou pra casar!" até a desesperançada "Nasci pra viver sozinho!"
Unindo milhares, ou melhor, milhões de solitários, em meio a uma multidão de rostos cada vez mais estranhos, plásticos, quase etéreos e inacessíveis, se olharmos as fotos de antigamente, pode ter certeza de que não são as mesmas pessoas, mulheres lindas se plastificando, se mutilando em nome da tal "beleza"...


Vivemos cada vez mais tempo, retardamos o envelhecimento, e percebemos a cada dia mulheres e homens  com cara de bonecas, sem rugas, sorriso preso e cada vez  mais sozinhos...
Sei que estou parecendo o solteirão infeliz, mas pelo contrário...
Pra chegar a escrever essas bobagens?? (mais que verdadeiras) é preciso ter a coragem de encarar os fantasmas de frente e aceitar essa verdade de cara limpa...
Todo mundo quer ter alguém ao seu lado, mas hoje em dia isso é julgado como feio, démodé, brega, famílias preconceituosas...


Alô gente!!! Felicidade, amor, todas essas emoções fazem-nos parecer ridículos, abobalhados...


Mas e daí?  Seja ridículo, mas seja feliz e não seja frustrado...
"Pague mico", saia gritando e falando o que sente, demonstre amor...
Você vai descobrir mais cedo ou mais tarde que o tempo pra ser feliz é curto, e cada instante que vai embora não volta mais...


Perceba aquela pessoa que passou hoje por você na rua, talvez nunca mais volte a vê-la, ou talvez a pessoa que nada tem haver com o que imaginou mas que pode ser a mulher da sua vida...
E, quem sabe ali estivesse a oportunidade de um sorriso a dois...
Quem disse que ser adulto é ser ranzinza ?


Um ditado tibetano diz: "Se um problema é grande demais, não pense nele...  E, se ele é pequeno demais, pra quê pensar nele?"
Dá pra ser um homem de negócios e tomar iogurte com o dedo, assistir desenho animado, rir de bobagens e ou ser um profissional de sucesso, que adora rir de si mesmo por ser estabanado...
O que realmente, não dá é para continuarmos achando que viver é out... ou in...
Que o vento não pode desmanchar o nosso cabelo, que temos que querer a nossa mulher 24 horas, maquiada, e que ela tenha que ter o corpo das frutas tão em moda, na TV, e também na playboy e nos banheiros, eu duvido que nós homens queiramos uma mulher assim para viver ao nosso lado, para ser a mãe dos nossos filhos, gostamos sim de olhar, e imaginar a gostosa, mas é só isso, as mulheres inteligentes entendem e compreendem isso.


Queira do seu lado a mulher inteligente: "Vamos ter bons e maus momentos e uma hora ou outra, um dos dois, ou quem sabe os dois, vão querer pular fora, mas se eu não pedir que fique comigo, tenho certeza de que vou me arrepender pelo resto da vida"...


Porque ter medo de dizer isso, porque ter medo de dizer: "amo você", "fica comigo", então não se importe com a opinião dos outros, seja feliz!

Antes ser idiota para as pessoas que infeliz para si mesmo!

sexta-feira, 2 de julho de 2010

UM OLHAR MISERICORDIOSO

 

Jalal Rumi diz: “Em busca do amado contemplei enfim meu próprio coração, e lá o vi, não era outra sua morada (...). Corramos a casa do amado (...). Jurei por tua vida jamais desviar os olhos de tua face (...). Não buscarei em mais ninguém, pois, a causa de minha dor é ver-me longe de ti (...) Viaja dentro de ti. Faltam-te pés para viajar? Viaja dentro de ti mesmo, e reflete, como a mina de rubis, os raios de Sol para fora de ti. A viagem te conduzirá a teu ser, transmutará teu pó em ouro puro (...). É o Sol de Tabriz que opera todos os milagres: Toda árvore ganha beleza quando tocada pelo Sol” (RUMI, 1996, p. 64, 70, 76, 77, 80 e 81).




Na verdade estou aprendendo algumas coisas essenciais neste momento de minha vida, e tenho a convicçao que com elas posso modificar muitas feridas que por descuido deixei em meu ser e ainda não cicatrizaram. Mas o que estou aprendendo? E o que sào essas feridas? Porque não cicatrizam-se?

Aprendendo que o sofrimento é um grande professor, especialmente quando se tem a humildade de colocar-se debaixo de seus pés para aprender com ele. As lagrimas são mestras em fazerem terapia do coraçao, pois delas provem nossas afetividades, mesmo que bem resolvidas ou nào, as lagrimas ajudam a curar feridas. O silencio, este que é soberano na arte de deixar que o outro se revele mais veramente quando perto de ti, proporcionando quase sempre um belo encontro mesmo em meio aos inevitaveis desencontros.

As feridas são sangue que um dia escorreu e agora pela cicatriz, se torna sabedoria. Nos proporciona olhar para um sinal real da vida que é nossa existencia. Imanencia e transcendente ao mesmo tempo que da possibilidade de crescer, saber esperar, meditar e orar quando os caminhos não se cruzam, as vias se fecham e o Sol não aparece mais. Tenho aprendido muito com a vida e especialmente nos momentos em que estou sem direçao, sem opçao e sem inspiraçao. Momentos assim que me vem uma luz arrebatedora deslocando meu corpo e sentidos para algo muito maior que eu e que merece todo respeito, reverencia e cuidado.

Entao, o que quero dizer neste mês de julho que se inicia? Que nada melhor do que ser transparente com nossos sentimentos para não os recalcar, minimizar ou pior reprimi-los. E mesmo que a agua da fonte da vida não possuo um sabor agradavel, ela vem da fonte e fala com profundidade, porque ela conhece a nascente, conhece a origem e o poço. E é desta fonte que devemos beber e crescer para viver sem medos e arrependimentos.

Termino meu texto, relembrando-me de um olhar que esta semana me desconcertou. Olhar de misericordia que não me condenou. Olhar de amor para mim no momento que fiz tudo errado. Palavra que me disse “nao se preocupe, façamos denovo, recomeçemos JUNTOS”. Coraçao que não cabe no peito, exitem pessoas com o coraçao assim, e agora posso dizer porque vi com meus proprios olhos. Semelhante a palavra de Jo na sagrada escritura que em sua experiencia de Deus disse: agora eu creio em ti, não porque outros falaram, ou porque li coisas de ti, mas creio porque meus olhos te contemplaram meus dedos tocaram te e meu coraçao sentiu te proximo. Isto é, afirmo que esta semana Jesus olhou para mim, pegou em minha mao e disse vamos em frente, vem comigo, coragem, estou com voce, não tenha medo. E deste olhar eu nunca mais vou me esquecer.