sábado, 6 de setembro de 2014

Um coração sacramental de dor, de cor, de amor ...


A dinâmica da vida entra na dinâmica da minha historia, e entre vírgulas e pontos, reticências e parênteses, é nos meus pedaçinhos de papel rabiscados com lápis que deposito meus  pensamentos e que são na maioria das vezes um encontro entre o meu coração e suas  dores,  cores e amores.

O que dizer a um homem que no amor encontrou a impossibilidade de amar, como ser uma palavra conselheira a uma mulher que entre lagrimas revela a angustia de não poder dar amor a quem ama. Quilômetros de distancias, silêncios, ausências, noites frias e sem sono.

É nos bastidores, no apagar das luzes, no final da peça da vida que venho de encontro com os protagonistas do palco, que são ao mesmo tempo espectadores da existência. Um jeito estranho de viver, de nascer e de morrer. Desde que descobri que para morrer não necessitamos habitar a sete palmos do chão e que para nascer não necessitamos entrar denovo no ventre materno, percebi que a dinâmica da vida é demais complexa para decifrar-la com palavras apressadas ou respostas instantâneas, que por muitas vezes vem fabricadas em manuais de auto-ajuda ou enigmas copiados de algum maestro zen.

A dor do amor, quem pode curar-la, ou a magoa de sentir-se instrumentalizado nas mãos de alguém. Quem pode restituir-nos ou ressarcir-nos os juros do uso indevido. Sempre me encontro na encruzilhada, seja ela da vida mesmo, ou das palavras ditas e não ditas. Tem muito amor nesse olhar, tem muita saudade naquele abraço que ficou, tem muito cafuné naquele cheiro que você deixou na camisa.

Sofrer, essa dor é como algemas que não se podem retirar sem antes pagar a fiança. A sensação da liberdade sem as algemas é passageira quando no trocar de passos na estrada se descobre que se esta sozinho. Quem me vira visitar ou quem me dará a mão dizendo vai dar tudo certo. Você me pergunta dos meus medos, você os responde com seu simples piscar de olhos, o interrogador é a resposta da sua mesma pergunta.

Sofri, mas atire a primeira pedra quem nunca sofreu. O passado parece que retorna, cheguei acompanhado, mas retornarei sozinho, a musica é meu caminho, e quem eu encontrar nas avenidas e calçadas da estrada será meu consolo, seu acenar mudara minha vida para sempre.


Encontrarei-te, talvez nos espelhos de uma vidraçaria qualquer. Nos jogos de um parque de exposições, acompanhada com sua família ou quem sabe. Fique em paz, no tormento de um coração que te escreve. Fique na luz, na escuridão de um gemido do peito que não sai por medo de que alguém possa ouvi-lo. Permaneça no amor, ele salvara o mundo, mesmo que quem o escreva esteja morrendo por causa dele, pois eu sei que ele nos salvara e resgatará nossas almas.

Com amor, com dor, com cor, com coração  ...