sábado, 21 de março de 2009

Voltando a escrever

Eu acredito que uma das coisas mais bonitas que posso fazer na minha vida é o artesanato das palavras com um pedacinho de papel e meia ponta de lápis, derramando umas gotas de meu coração com vida e mais vida nas palavras que nela for preencher

Eu já não sei mais escrever sem pensar em Deus, sem me colocar nas linhas e entrelinhas, sem me corresponder com os versos e mergulhar nos inversos das inspirações que a viagem da escrita me proporciona।

Quando olho para minhas mãos fico impressionado com a obra sagrada que foi feita em minha vida, descubro e redescubro algo consagrado em mim. Recordo dos sofrimentos, das lágrimas, das noites e dias escuros e já não me lamento mais, pois sei que alguém estava lá comigo, alguém se fazia presente. Aí, eu faço a experiência da profundidade da fé, do esmero de saber que Deus sempre esteve ali.

Hoje mais do que nunca posso cantar, proclamar, ler minhas poesias e recitar pensamentos para os pássaros, as abelhas, as borboletas e toda natureza. Eu aprendi a ser menino, a me ver com ternura e simplicidade, com a aceitação de ser humano, ser fraco, pequeno, mas apesar disso me amar do jeitinho que sou. Mesmo que eu esteja fora da minha terra, mesmo que meu sol não brilhe como antes, eu aprendi a iluminar com a luz que o céu me deu.

Eu corro, coloco meus pés no chão, conto as estrelas, jogo pedras no lago e converso com as criaturas, tudo isso porque eu me encontrei, me achei e antes de tudo me amei como Deus me amou. O segredo, bem o segredo é o olhar, é a capacidade de olhar para as pessoas sem preconceitos, sem desconfiança, olhar como o próprio Jesus me olha e nos olha.

A vida é poesia, é contar denovo, é presença na ausencia, é quando o surpreendente é constante. A vida é tempo, tempo de existir e persistir e sonhar, como um menino que joga a rede e pesca brinquedos, pois, a falta que hoje me consome e me devora é de saber que em algum momento deixei de brincar, deixei de ser simples, leve e suave como o céu de meu Pai é.