quinta-feira, 3 de abril de 2008

A última tentação de Cristo

Do livro de Wikos Kazantaski, A última tentação de Cristo, dirigido pelo diretor Martin Scorsese, pela Universal Pictures, EUA, no ano de 1998, contextualiza a dualidade de Jesus Cristo, o combate entre a face humana e a face divina que habitam em seu ser.

A obra busca explicitar e conduzir-nos a compreensão das possíveis tentações que visitavam seu coração e as adversidades terrenas que ele sentiu e viveu. Na concepção ocidental do cristianismo católico, a expressão verdadeiro Deus e verdadeiro homem, que são inseridas na pessoa do Cristo, demonstram sua imensa proximidade para com a verdade de Deus.

A grandiosidade espiritual de Jesus é testada no deserto, que é sua pátria por excelência. Ali ele se encontra com suas aflições, medos, incertezas, ou seja, com os demônios que lhe provam por meio de tentações. Estas residem nas paixões, nos desejos, no orgulho e na vaidade que assolam e escurecem o espírito da sabedoria.

Do flagelo à crucificação, da crucificação à última tentação, o paralelo que acena para um novo caminho, conduzido por um anjo com rosto de menina, revela a Jesus uma possível mudança de rota. Num mundo surreal, ele experimenta de forma concreta a paixão por Madalena e posteriormente a angústia da perda, a descendência numerosa que tem com Maria e a temporalidade da vida que caminha para a morte. E, por fim, ele se encontra com seus discípulos que lhe externam desesperança e decepção, aliada à fúria de Judas por ter sido Jesus quem lhe ordenara traí-lo.

O anjo, na verdade, era o demônio que lhe arrancou da cruz como um sonho, para o caminho de um simples homem que ele desejava que o Messias se tornasse. Porém Jesus é Deus, ele vence sua última tentação e desperta para pronunciar a fidelidade e o comprimento de sua missão nas palavras: tudo está consumado. Isso nos leva a perceber que o enigma chamado Jesus Cristo está longe de ser decifrado, devido a nossas categorias de pensamento serem humanas e, por assim dizer, distantes da compreensão celestial e mistagogica de Deus.

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