quinta-feira, 3 de abril de 2008

A Paixão de Cristo

A paixão de Cristo, dirigida por Mel Gibson, pela FoxVídeo, EUA, 2004, começa com a cena do alto do monte das oliveiras: Jesus, deitado na grama, tem as lágrimas escorrendo de seu rosto revelando a temeridade do inevitável desfecho de sua missão. A paixão relata as últimas doze horas de Jesus Cristo antes da consumação da cruz e enfatiza o sofrimento, a dor e a humilhação aos quais o Messias é submetido, depois de uma condenação injustiça e sem acusações reais de sua sentença.

O espetáculo da cruz seria também um nome bem apropriado para esta obra cinematográfica que nos permite ver de forma real a absurda violência que ele sofreu; a humilhação e o escárnio dos quais Cristo foi vítima; e ao mesmo tempo a serenidade e aceitação expressas em seu rosto. Sua face resplandece de compaixão diante daqueles que o traíram, como também desses que agora o torturam, caluniam e flagelam.

Ele é chicoteado, coroado com espinhos e forçosamente carrega o peso de uma cruz sobre os ombros. Ao mesmo tempo, caminha relembrando os amigos e discípulos, recorda a alegria de infância, da Santa Ceia, de Maria (sua mãe) e Madalena. Fez-se um escravo, colocando-se como o último dos homens e, mesmo sabendo ser Deus, assume a crucificação.

Os pregos perfuravam suas mãos, enquanto, suspenso na cruz, suportava o peso de seu próprio corpo, porém sua alma permanece límpida de amor e ele ora por aqueles que o condenam. A mais pura e genuína transdescendência, impensável na concepção grega que jamais aceitaria um Deus escolhendo a condição humana de um escravo para estar na terra.

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