quinta-feira, 3 de abril de 2008

A impossibilidade da natureza humana e o cumprimento da lei moral.



A antropologia de Kant é moral? O que eu posso falar do homem, da moralidade e da ética? Eu só posso falar dos fenômenos no objeto a partir do sujeito. Eu posso conhecer o homem como sujeito fenomênico? O que o homem pode fazer de sua natureza? Qual a relação da antropologia e o cumprimento da lei moral?

Jorge Vanderlei comenta dois filósofos sobre a problemática:

O primeiro é Hanna (sensificação) que irá afirmar: eu não posso afastar o legislador moral, pois há uma referência simbólica, há uma intencionalidade do sujeito como em Deus manda, ou seja, eu respeito à estrutura da sensificação lógica do sujeito, intencionalmente ocultado do sujeito (lógica cognitivista).

O segundo é Loparic (significação) que irá afirmar: há um respeito pela lei e só isso dá seu significado, não é preciso de legislador moral Deus manda, ou seja, a lei basta por si só. Ele dá uma grande importância à razão teórica eu respeito à estrutura da significação lógica do sujeito, a intencionalidade da significação estruturada (lógica construtivista).

A pesquisa ressalta a intencionalidade prática de cumprir a lei moral kantiana. Mostra que em Loparic Deus é um legislador moral e não há outra visão; sendo que em Hanna o homem é um ser simbólico, há uma intencionalidade oculta do sujeito, uma analogia simbólica que estrutura a moral e sua lógica.

O pesquisador compreende que existe uma simbolização da lei moral dentro da religião na concepção kantiana, e busca afirmar que há uma intencionalidade simbólica e oculta na bíblia. Porém mesmo que diversas sentenças simbólicas existam, elas retornam ao princípio da fé. Como fundamento de sua pesquisa, ele diz que não é possível reduzir a sensificação a uma significação.

Por fim ele ilustra com a figura de Abraão. Na visão de Kant, é loucura seu ato de matar o filho e imoral o pedido de Deus. O filósofo interroga: como Deus poderia pedir para matar? Deus não poderia pedir para Abraão matar seu filho, pois isso seria ferir o Imperativo Categórico. Segundo Kant, desse modo, a religião seria o meio de justificar a ação não-moral.

2 comentários:

Unknown disse...

Olá Charles, tudo bem?
Entrei no seu blog e comecei a ler todos os seus trabalhos, que por sinal s�o maravilhosos, por isso não podia deixar de comentar a respeito, at� por que j� estudei sobre esses autores e fiz coment�rios do pouco que lembrei da opini�o desses inteligentes pensadores.
O exercício da reflex�o filosófica equivale, em larga escala, a revelar ao próprio homem sua natureza racional, a purificá0lo das crenças e preconceitos osbcurantistas que lhe foram incutidos pela tradição. Equivale também a retomar o caráter originário do pensamento e da racionalidade, de modo a adotá-lo como ponto de partida seguro de um novo processo de conhecimento que produzirá, este sim, teorias váliads.
Na filosofia de Kant, que desenvolve, em 1781, sobretudo na Crítica da Razão Pura, o projeto epistemólogico de fundamentação da possibilidade do conhecimento científico na subjetividade, característico da Modernidade Kant, procura no entanto, superr a oposição entre racionalismo e empirismo do início desta tradição, afastando-se da concepção excessivamente psicologista. O sujeito transcendente Kantiano é um sujeito formal e abstrato, uma espécie de estrutura universal da subjetividade, contendo as condições de possibilidade do conhecimento. Esta estrutura, constitutiva de toda relação cognitiva com a realidade, consiste nas formas purar da sensibilidade, a intuição pura, e do entendimento,a capacidade de formular juízos.
A crítica à definição de Estado de Kant a Kelsen, é a procuração de apresentar aquilo que lhes afigura a melhor explicação do que seja o Estado. Dizia Kant na “Metafísica dos Costumes”, que o Estado é a reunião de uma multidão de indivíduos sob a lei do Direito.
Kant dizia: “Os limites da minha liberdade é e liberdade dos outros”; “A razão me dá limites para que não ultrapassamos a liberdade do outro”.

Beijos e fica com Deus.

Viviane Lima

fra. Charles Fernando disse...

Olá.

Obrigado pelo comentário que veio aliado a uma belíssima complementação sobre o assunto.


Um abraço e fique com Deus