quinta-feira, 13 de março de 2008

O nascimento da filosofia (Dissertação)





Na Grécia antiga, a discussão sobre o problema da origem da filosofia se concentrará particularmente nas relações da ciência e da filosofia helênica com a anterior sabedoria oriental. As grandes civilizações orientais exerceram influxos sobre a cultura helênica em vários campos, da técnica e da arte aos mitos e às idéias religiosas.

Com os babilônicos, os gregos aprenderam o uso do quadrante solar, o gnômon e as doze partes do dia (Heródoto, II, 109). Começaram a pesquisar nos campos científicos, intelectuais, matemáticos e astronômicos. Inicia-se o processo de nomear os elementos do universo: como a parte de cima “céu” e a parte de baixo “terra”. O maravilhar-se sempre foi, antes como agora, a causa pela qual os homens começaram a filosofar, pois seu espanto e encantamento pelas coisas mais simples os faziam interrogar-se.

Os antiqüíssimos, podemos dizer, os primeiros teólogos transmitiram a nós que os astros são deuses e que o divino abrange toda a natureza. Tales, a respeito da natureza, apresenta a água como princípio de todas as coisas.

Em Heráclito o fogo é a arché, o constante movimento, enquanto para Parmênides o princípio é o ser imóvel. Ambos estão entre os pré-socráticos e, mais precisamente, entre os naturalistas, que investigavam os seres vivos, o céu, as estrelas, etc. Foram os primeiros filósofos, teólogos, cosmólogos e astrólogos dos quais apenas conhecemos alguns fragmentos. A terra, e tudo que nela encerra, era motivo de inúmeras investigações e pesquisas. Tais buscas, mesmo não compreendidas em sua totalidade, se tornavam grandiosos pensamentos, poemas e castelos de idéias especulativas que poderiam, mesmo de forma mítica, responder às angústias mais profundas pela falta de respostas.

Com Sócrates, a filosofia parte da contemplação para o logos, o discurso racional que habita na polis, ou seja, na república do homem ateniense que anseia pela justiça e virtude e caminha em direção à verdade. Platão é o dialético da filosofia: a sabedoria salvará o homem que está aprisionado na caverna. Com Aristóteles e a metafísica, surge a idéia de um motor imóvel que mantém o equilíbrio de todo universo. Ainda podemos citar Diógenes, que compreende a filosofia como sendo anárquica e tendo por dever proporcionar ao homem plena liberdade. Ou ainda Epicuro, que traduz a filosofia como um estado de plena serenidade e paz interior, em que nada pode pertubar o homem sábio.

Dentre os medievais, que tem como gênese filosófica a teologia cristã, destacam-se Agostinho e Tomás de Aquino como defensores da filosofia que racionalmente explica Deus e leva o homem às virtudes eternas. Os modernos destacam-se pela sua filosofia antropológica e iluminista. Já os contemporâneos, por meio da filosofia da linguagem, dissolvem tanto as filosofias metafísicas que tratam do ser ou de Deus, quanto as filosofias antropológicas e os enormes projetos da razão.

Agora nos perguntamos: Como nasceu a filosofia? Certamente pode ter nascido nos poemas de Homero, nos mitos de Sófocles, na contemplação dos naturalistas, no logos de Sócrates, na metafísica aristotélica, enfim: a filosofia nasce a cada momento que um ser pensa no universo, pensa no ser em si e para si, como dizia Sartre.

REFERÊNCIA

MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo: história da filosofia Greco- romana I. São Paulo. Editora Mestre Jou, 1964.

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