sexta-feira, 28 de março de 2008

Comentário sobre a introdução do livro “Filósofos e terapeutas: em torno da questão da cura”.


Antônio Macedo

Charles F. Gomes

Edmar Moreira

Izaquiel Melo

Tiago Evaristo

A introdução do livro Filósofos e terapeutas: em torno da questão da cura, publicado pela editora Escuta, São Paulo, 2007, escrita por Daniel Perez, organizador da obra, doutor em Filosofia pela UNICAMP e professor da PUCPR, aborda como tema o tratamento que alguns pensadores deram à questão da cura ao longo da história da Filosofia.

Para tal propósito o autor se vale de alguns filósofos, tais como: Pitágoras, e sua seita, Diógenes, Fílon de Alexandria, Rousseau, dentre outros. O objetivo do professor é expor que, em vinte e cinco séculos de pensamento crítico, a busca de uma medicina do corpo e da alma não cessou de acontecer.

Comprovando isto, Perez apresenta os seguintes argumentos, utilizando-se dos pensadores citados acima: no primeiro destaca-se um silêncio profundo que visava à temperança, o controle dos desejos, a purificação espiritual, etc. No segundo, e também nos cínicos em geral, optava-se em viver sem artifícios, uma vez que pensavam que a origem das doenças estava no distanciamento do homem da natureza e a cura consistia na volta dele para ela. O autor trás à tona, também, Fílon de Alexandria, que ponderava que a cura do corpo e da psique estava no encontro com Deus no deserto e na renúncia às coisas tidas como mundanas.

Na modernidade o organizador do livro trás à luz, alguns fragmentos de Rousseau que via na distância entre o ser humano e a natureza a origem das enfermidades. Este filósofo, segundo Perez, dava ênfase ao ideal socrático: “conhece-te a ti mesmo”, porque se conhecendo o homem estaria em um estado de natureza no qual seria desnecessário o uso de remédios e o auxílio dos médicos.

Por fim, é possível perceber que o autor procura defender a tese de que a filosofia contribuiu na busca da cura ou, no mínimo, na diminuição das dores que tanto afligem os homens e que essa foi uma preocupação que nunca se ausentou das obras dos pensadores clássicos.

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