Vídeo produzido pelo grupo do 3º ano de Filosofia da PUCPR (2008) baseado no artigo de Jair Barbosa "Mau radical e terapia em Schopenhauer", do livro "Filósofos e terapeutas - em torno da questão da cura", organizado por Daniel Omar Perez.
sábado, 29 de março de 2008
Egoísmo: bem ou mal?
sexta-feira, 28 de março de 2008
AGUARDEM... EM BREVE: JOVEM: BUSCA E CUIDADO DE SI
A publicação do material está previsto para o dia 31 de maio, na PUCPR, juntamente com outras produtoras que também estão elaborando semelhante trabalho de pesquisa em variados focos filosóficos. Não perca!
Devir Produções
Antonio Macedo
Charles Fernando
Edimar Moreira
Izaquiel Melo
Tiago Evaristo
Comentário sobre a introdução do livro “Filósofos e terapeutas: em torno da questão da cura”.
Antônio Macedo
Charles F. Gomes
Edmar Moreira
Izaquiel Melo
Tiago Evaristo
A introdução do livro Filósofos e terapeutas: em torno da questão da cura, publicado pela editora Escuta, São Paulo, 2007, escrita por Daniel Perez, organizador da obra, doutor em Filosofia pela UNICAMP e professor da PUCPR, aborda como tema o tratamento que alguns pensadores deram à questão da cura ao longo da história da Filosofia.
Para tal propósito o autor se vale de alguns filósofos, tais como: Pitágoras, e sua seita, Diógenes, Fílon de Alexandria, Rousseau, dentre outros. O objetivo do professor é expor que, em vinte e cinco séculos de pensamento crítico, a busca de uma medicina do corpo e da alma não cessou de acontecer.
Comprovando isto, Perez apresenta os seguintes argumentos, utilizando-se dos pensadores citados acima: no primeiro destaca-se um silêncio profundo que visava à temperança, o controle dos desejos, a purificação espiritual, etc. No segundo, e também nos cínicos em geral, optava-se em viver sem artifícios, uma vez que pensavam que a origem das doenças estava no distanciamento do homem da natureza e a cura consistia na volta dele para ela. O autor trás à tona, também, Fílon de Alexandria, que ponderava que a cura do corpo e da psique estava no encontro com Deus no deserto e na renúncia às coisas tidas como mundanas.
Na modernidade o organizador do livro trás à luz, alguns fragmentos de Rousseau que via na distância entre o ser humano e a natureza a origem das enfermidades. Este filósofo, segundo Perez, dava ênfase ao ideal socrático: “conhece-te a ti mesmo”, porque se conhecendo o homem estaria em um estado de natureza no qual seria desnecessário o uso de remédios e o auxílio dos médicos.
Por fim, é possível perceber que o autor procura defender a tese de que a filosofia contribuiu na busca da cura ou, no mínimo, na diminuição das dores que tanto afligem os homens e que essa foi uma preocupação que nunca se ausentou das obras dos pensadores clássicos.
domingo, 16 de março de 2008
Filósofos e Terapeutas
Estes tiveram que experimentar seus próprios antídotos, talvez como veneno, em doses regulares, ou seja, correr o risco na própria pele. Foram desbravadores do infinito enigma do ser, iniciaram na radicalidade da medicina, arriscando um mergulho profundo no intuito de desvendar o ser e ousadamente tentar curá-lo. Tamanha pretensão diante do homem, um ser incurável que sofre de um mal que é a sua grandeza, que não está blindado mas aberto à totalidade do universo que ele pertence.
Eles usavam algumas reariantes que desenhavam o aceno do matemático, a luminosidade do artista, a leveza do santo, a inevitabilidade do guerreiro, o masculino, o feminino, o neutro, o transfigurado, o multifaceto, o profano, o perverso e o sagrado. Seu valor estava em suas próprias inspirações, esta que caminha unida às marcas da diferença.
A obra se destaca em apontar os diversos registros de uso das mais variadas medicinas contra a depressão, angústia, impotência, a busca do prazer, a felicidade, o autocontrole, enfim, para evitar todas as formas da dor ou ajudar a suportar o sofrimento de sua finitude. Esta busca medicinal dos antigos se assemelha em parte com o homem contemporâneo, que não deseja sentir dor, sofrer ou se angustiar, quer adiar e até evitar a morte, esta que é inevitável. Estamos no tempo do ideal, o homem perfeito aos padrões globais, uma imagem que lhe escraviza provocando uma corrida desenfreada ao perfeccionismo e ao idealismo humano.
O filósofo já foi revolucionário como Sartre, contemplativo como Agostinho, conservador como Heidegger, profético como Karl Marx, iconoclasta como Nietzsche, pedagogo terapeuta como Pitágoras, libertador e autêntico como Diógenes ou amigos de uma vida simples e sem perturbação da alma como os epicuristas.
A filosofia terapêutica esteve presente nas comunidades cristãs e judaicas, aqueles que viviam e curavam no deserto, na contemplação e no total desapego. Em toda história da filosofia, o método da cura que cuida do homem e de suas doenças físicas e espirituais, era pauta das principais discussões. O anseio de um bem que dê serenidade plena, instigava médicos, charlatões e feiticeiros ocasionando uma guerra das terapias, com intuito de uma demarcação científica.
Esta preocupação em torno da cura está muito longe de terminar, nunca deixará de aparecer na obra dos filósofos clássicos. O pensamento e a idéia é sempre inovador, provoca e instiga uma análise constante do pensador que a recebeu e doou para a humanidade, os filósofos são visitantes de almas e terapeutas por excelência.
Somos muitos em um, somos o uno em múltiplos, somos a finitude em infinitude, o homem tem apetite de eternidade e deseja viver sempre. A filosofia é terapêutica, ajuda a abrandar o ser desejoso que é o homem, não pretende curá-lo e sim conduzi-lo ao encontro da cura interior e despertar-lhe a luz salvadora, esta que habita em seu ser.
sexta-feira, 14 de março de 2008
A esperança: luz da vida
Estamos em 2027 e a humanidade está aparentemente sem vida. 90% é a porcentagem de infertilidade que agora assola o mundo. As mulheres não conseguem mais produzir bebês, e a ciência busca incansavelmente a cura deste mal que parece incurável. O mais jovem habitante tem 18 anos de idade. As religiões se manifestam: dizem que Deus está castigando os homens devido aos anos de crimes cometidos contra a vida e buscas contraceptivas para evitar bebês.
Os meios de comunicação informam que evitar exames de infertilidade é crime. Neste contexto em que vive a sociedade, o filme retrata de forma espantosa a degradante posição que chega o homem: a falta de sentido e a desesperança embrutecem-os levando a se digladiarem.
A esperança, que até então havia morrido completamente, agora se encontra no ventre de uma jovem negra, imigrante refugiada que está escondida numa fazenda. Théo (um ex-ativista) será o protetor da jovem grávida. Em seus olhos, o espanto e o encantamento tomaram conta diante do milagre que se fazia presente em sua frente.
Durante a fuga, quando estavam dentro de um ônibus, rompe-se a bolsa da jovem. Enquanto isso, segue-se a cena de maus tratos sofridos pelos refugiados que são presos pela polícia. Trata-se de um contraste entre a vida que está prestes a nascer e as vidas que estão sendo massacradas e humilhadas. A criança nasce em um apartamento velho, totalmente escuro e sujo, e sua vida será ameaçada em diversos momentos neste conflito. Uma revolução armada, tiros para todos os lados. Em determinado momento da fuga, os soldados vêem o bebê e se espantam diante deste milagre. Cessar fogo – grita um deles, enquanto os outros vão abaixando as armas diante da pequena menina que, por alguns instantes, silencia uma revolução: a vida faz calar a guerra.
Eles chegam até um pequeno barco e seguem remando até o navio “Tomorrow” (amanhã). Théo está ferido e, por isso, pede que ela siga em frente independente do que acontecer. Ele deu sua vida para a proteção deste milagre, desta luz que se acende em forma de esperança. O filme, mesmo sendo futurista, nos leva a refletir sobre o presente, pois, afinal de contas, é sempre a vida que está em jogo.
Um sonho chamado Roma
Uma resenha do filme Gladiador, dirigido por Ridley Scott, EUA, 2000 configurada com a obra AURÉLIO.Marco "Meditações".
Marco Aurélio está debilitado há dez anos e começa a sentir a morte se aproximar. Seu filho Cômodo aguarda o momento de, sucedendo o imperador, assumir o poder. Porém sua vontade não é a mesma do pai que vislumbra um novo destino para Roma: uma república democrática no lugar do Império, de modo a acabar com as guerras que provocam o derramamento de sangue de seus soldados. Chega de Política... Eu estou morrendo, Máximus, e quando um homem está morrendo ele quer saber se havia algum propósito em sua vida, afirma o imperador a seu general, pois está preocupado como será lembrado no futuro: como um filósofo, um guerreiro, um tirano ou um imperador que devolveu a verdadeira alma a Roma?
Nesta obra cinematográfica, Cômodos mata seu pai asfixiado sobre seu peito – porém esse fato não é comprovado historicamente. O poder fica em suas mãos, e de imediato ele a Máximus que o obedeça, contudo esse último o desaprova. Essa atitude lhe acarreta terríveis conseqüências: sua família é brutalmente assassinada, e ele é levado como um escravo para Zucchabar – Província de Roma, sendo comprado por um comerciante que o tornará um gladiador.
Neste período, a política do “pão e circo” tem sua ascensão com o jovem imperador. Ele a adota como forma de conquistar a aceitação plena do povo e se fortalecer para depois extinguir o senado, que lhe desagrada ao desaprovar seu governo. Cômodos quer chegar ao coração do povo romano pela arena do Coliseu, dando-lhe confrontos mortais entre gladiadores como diversão. A autoridade lhe é confrontada no próprio Coliseu: Máximus, que fora general de seu pai, agora é o gladiador que o desafia.
Cômodos aceita o desafio, mas inicia de forma desleal ferindo Máximus que estava amarrado. Porém o destino não lhe proporciona sorte e ele é derrotado. O povo que gritava com o espetáculo agora silencia, e Máximus, que também está morrendo, antes de cair pede: liberte os prisioneiros, dê o comando ao senador Drakus. Era uma vez um sonho chamado Roma. Esse foi o desejo que Marco Aurélio expressou a Máximus, e ele relembra-o em seu último momento sobre a arena do Coliseu.
No filme Gladiador, a paz, que só é selada pela dor que a precede, é um marco deste tempo em que homens se tornam deuses tanto nos combates como na história.
Antígona
Creontes, rei de Tebas, decreta uma lei que proíbe enterrar os mortos que atentaram contra a lei da cidade. Tamanha é ofensa para o morto e sua família, pois a alma não faria a transição adequada ao mundo dos mortos. Antígona, mesmo desobedecendo à ordem do rei, enterra seu irmão (Polinices) que fora morto na guerra defendendo o inimigo, e, por isso, enfrentará suas terríveis conseqüências: a sentença de morte. Hemon, seu noivo e filho do rei, enfrentará o pai em favor de Antígona, será repreendido severamente e levará seu pai à ira, terminando sem êxito.
Tirésias, um sábio, revela ao rei a desgraça que ele sentenciou a si próprio e a seu reino com sua ordem desmedida de não enterrar devidamente os mortos. Após as revelações de Tirésias, o rei recebe a mensagem da morte de Hemon, que se matara devido ao desgosto pela morte de sua noiva. Logo um segundo golpe: Eurídice, sua esposa, amargurada com a morte de Hemon, também se mata. Creonte experimenta o sabor amargo que seus atos lhe proporcionaram; culpa aos deuses que o amaldiçoaram; mas nenhuma de suas pragas lhe dará a vida de volta, esta que ele perdera com a morte de sua família por sua própria culpa.
O poder utilizado de forma petulante e inconsciente pode escravizar. A Creontes fora cobrado até a vida que agora lhe é uma prisão, um inferno enquanto a morte não lhe chega. O peso da culpa agora é seu guia, pois ele a assume inteiramente para si, sem projetá-la nos deuses. Nesta obra avaliamos de forma positiva a valentia como a armadura da pequena (Antígona) que se torna grande e forte. E de forma negativa: o medo do rei em ser desobedecido e perder o poder lhe veda o olhar para a razão. E finalmente percebemos o peso e o valor das palavras que, proferidas de forma irresponsável, podem comprometer vidas e desgraçar-lhes o destino.
Édipo
Estupefato com a revelação do oráculo sobre seu trágico destino, Édipo foge de Corinto para Tebas. Em uma encruzilhada ele se depara com uma carruagem. À frente se aproxima um arauto que rudemente o empurra com o objetivo de afastá-lo fora da estrada; a atitude do arauto irrita profundamente Édipo, e com tamanha iracunda mata o arauto e a todos que estavam na carruagem, dentre eles seu pai Laios, rei de Tebas.
Édipo acabara de abraçar o inevitável destino. No passado, o rei Laios fora advertido por Apolo que seu próprio filho iria matá-lo e tomar seu reino. Diante da advertência, ele mandou atar e depois perfurar os pés da criança com um prego e abandoná-la no monte Citéron, porém um pastor a encontrou e, socorrendo-a, levou ao rei Políbios que a adotou. Quando decifrou o enigma da Esfinge (monstro que devorava os cidadãos de Tebas), torna-se rei desta cidade e, conseqüentemente, toma por esposa a bela viúva de Laios, sua verdadeira mãe, Jocasta.
Agora ele é rei de Tebas, adorado e respeitado por todos. Porém uma peste chega à referida cidade, e o rei quer saber o porquê da fúria dos deuses, consultando Tirésias para tomar conhecimento do responsável e bani-lo da cidade. Édipo descobre ser ele o próprio responsável, toma ciência de toda verdade que assombra seu passado ao descobrir que casou com sua própria mãe e fora ele o assassino de seu pai. Tamanha desgraça lhe traspassa o coração e a alma, e ele aplica a si mesmo sua punição furando os olhos com um broche do vestido de Jocasta. Neste gesto ele revela o desejo de não ver a infelicidade que lhe rodeava.
Édipo foge da cidade, quer distância do palácio, do reino e de tudo que lhe relembre o motivo de tamanha dor, desespera-se diante das lembranças e da culpa que carrega em sua consciência. Ele necessita se exilar, deseja fugir da realidade. Agora ele está morrendo por dentro e perambula pela vida.
O ato de furar os olhos é o retorno do olhar para dentro de si mesmo, o anseio de Édipo em redescobrir seu caminho e não se deixar enganar pelo exterior que é apurado apenas pelos sentidos. Pela dor ele descobre-se e mergulha em si mesmo.
quinta-feira, 13 de março de 2008
O nascimento da filosofia (Dissertação)
MONDOLFO, Rodolfo. O pensamento antigo: história da filosofia Greco- romana I. São Paulo. Editora Mestre Jou, 1964.
A saga de Ulisses
Odisseu retrata a imagem soberana de um homem que, em sua soberba e coragem, desafia até os deuses. Após um exílio de dezesseis anos percorrendo mares e ilhas, encontra-se consigo mesmo e, por isso, reencontra sua família e seu reino.
domingo, 9 de março de 2008
A batalha da glória
Troianos e gregos protagonizaram uma das maiores batalhas da história, homens são lembrados como semi-deuses e perpassam séculos, porque, apesar de lendários, são exemplos de verdadeiro heroísmo.