quinta-feira, 1 de maio de 2008

Um inatista chamado René Descartes


Trabalho apresentado ao Programa de Teoria do Conhecimento e Epistemologia.
Prof Drº Inês Lacerda

René Descartes nasceu em Touranie, França (1596 – 1650), introduziu o Discurso do método em 1637, e iniciou Meditações em 1641. O método cartesiano tem por objetivo, ao enumerar todas as dúvidas, alcançar as certezas evidentes que irão dar-lhe bases sólidas, nas quais não paire o menor equívoco[1].

Depois do medievo surge a renascença, período marcado pelo ceticismo. Os pensadores dessa época contestaram os dogmas e a autoridade eclesiástica que sustentava seus argumentos com a lógica aristotélica.

Este filósofo é inovador, pois ignora os estudos literários e afirma que estes o levam a ignorância e não lhe dão certeza nenhuma. O filósofo desbravará a filosofia na racionalidade interna, em si e por si mesmo. Seu método consiste em unificar todos os conhecimento em bases seguras, formando um edifício do saber, iluminado pela verdade e pelas certezas racionais.

Descartes trabalha com a verdade científica, o método dedutivo da metafísica do cogito, da existência que me leva à verdade pelo pensamento abstrato e dispensa provas empíricas. Na segunda meditação ele terá como alicerce o método da dúvida, ou seja, a enumeração de dúvidas e por meio delas alcançar a certeza, a verdade que me dará bases sólidas. Certezas exatas, evidentes, claras e distintas.

“Eu não posso duvidar que penso e que faço juízo das coisas”, o pensador compreende que mesmo que julgue bem ou mal, independente da avaliação do julgamento ele sabe que julga, que possui juízo das coisas. Descartes dirá que ele sempre pensa, mesmo que delire ou que a imaginação engane, em última análise “eu sou puro pensamento”.

Destaca-se, no nono parágrafo, ele propõe a interrogação: “o que sou ?” ele responde que uma coisa que pensa, isto é, que duvida, concebe, afirma, nega, sente. Reafirmando sua frase de que sempre pensa, ou seja, que é puro pensamento.

Do décimo ao décimo sexto parágrafo, ele discute o conhecimento pelo senso comum ou racional, sendo que não pelos sentidos que eu conheço com total certeza e sim pela inspeção do espírito atento,pois, os sentidos não me levam a certeza alguma. Descartes arremata no décimo sétimo caítulo, no qual diz que as coisas do espírito são mais fáceis de conhecer, porque são evidentes e suas idéias são claras. Descates inaugura a primeira metafísica que irá nortear a modernidade, o cogito (eu penso) cartesino, e conclui que conhecer é fundamentalmente o meu espírito (intelecto), ou seja, um exercício da capacidade do espírito.


[1] Dúvida hiperbólica: subo com a dúvida e desço com a certeza.

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