sábado, 10 de maio de 2008

John Locke, o empirista Inglês


John Locke (1632-1704)



John Locke era médico e político atuante, de influência do liberalismo democrático burguês. Suas obras enaltecem o liberalismo, a tolerância e a liberdade política. A tradição inglesa é de fortalecer a igualdade e sua democracia libertária, período este estabelecido pela burguesia e seu governo forte. Época contextualizada pela rivalidade entre aristocracia e burguesia, ou seja, burguesia monopolista contra burguesia anti-monopolista.
Locke é um empirista crítico de toda a tradição do aristotelismo escolástico, suas principais obras são: Tratado sobre a tolerância, Dois tratados sobre o governo civil e Ensaio sobre o entendimento humano. O filósofo quer combater o inatismo (o sujeito não é fonte de idéias e clarezas indubitáveis) e defende que as idéias inatas são inúteis para enfrentar o ateísmo e seus princípios não estão para todos que a desejam.
Ele assegura que somente alguns conhecem os princípios lógicos e morais (visão euro centrista) e presta severas críticas à inutilidade do inatismo e sua limitação em não conter a experiência (exemplifica o ato de diferenciar o doce do amargo). John assemelha nossa mente a uma folha em branco e que nossa experiência a preenche, titulará de “tabula rasa”.
Suas interrogações irão abarcar a origem, a constituição e a aplicabilidade das idéias devido ao conhecimento devirem das idéias do mundo exterior e produzir sensações e intuições para a mente (que é uma tabula rasa) pensada em forma de idéia. Locke é precursor do liberalismo clássico compreendendo a liberdade de credo, política e das idéias.
Para o liberalista, o conhecimento pelas faculdades naturais somente é produzido pela experiência, pois, se existe algo que a mente não conhece é porque ela é capaz de conhecer pelo uso da razão. A razão nos capacita a alcançar certo conhecimento e concordar com ele, ela é a ponte entre ambas (a experiência e o conhecimento) abrange Locke, que acrescenta estar ela (a razão) antes da linguagem.
O filósofo inglês entende nossa memória como um álbum de fotografias da mente que esta constantemente em uso, direcionado pela razão. Assim as idéias jorram do nosso entender e observar, processo este que é conduzido pelos sentidos (por objetos sensíveis e externos) para nossa mente e seu entendimento, ou seja, a experiência supre o entendimento com idéias e percepções das operações mentais ocupadas pelo sentido interno (a reflexão).
Para Locke a mente observa suas próprias operações que em outras palavras são ações da mente sobre as idéias e tipos de paixões como a inquietude e a satisfação. Não há idéias em nossa mente a não ser o que foi impresso pela reflexão e a sensação (indução) e acrescenta o filósofo que há um limite para conhecer e este é a experiência que os sentidos e a reflexão me oferecem. Para ele existem objetos que oferecem maior ou menor variedade, estão supridos com as operações internas da mente e à medida que refletem mais ou menos sobre elas (enumeração e análise do objeto por partes pormenorizadas).
Por fim John Locke atento para a familiaridade e atenção constante para as sensações externas (reflexão), pois, o pensamento real é inseparável da alma como é a extensão do corpo, concebe que a idéia é um ato operativo da alma e precisamos entender para ter idéias nela (alma), isto é, o ato de pensar um momento sequer, estando acordado ou dormindo, sem ser sensível disso é impossível.

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