sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Avaliação do livro didático










Charles Fernando Gomes[1]


Explicando a Filosofia com Arte, de Charles Feitosa




O Doutor[2] em Filosofia, Charles Feitosa, demonstra tamanha articulação, criatividade e conhecimento na área de filosofia pela competência com que organizou seu livro didático Explicando a Filosofia com Arte. Livro de fácil manuseio para leigos e principiantes em filosofia, ingrediente este que torna a obra de grande importância para docentes que desejarem falar e explicar a matéria de forma mais atual e real sem perder sua tamanha importância.





O mundo da experiência do pensar como o próprio intitula na introdução. Feitosa coloca questões de Filosofia através de temas, problemas e idéias de grandes filósofos, isto é, desde Platão e Aristóteles (os alicerces da filosofia ocidental) até Hegel, Schopenhauer, Deleuze, Derrida e, sobretudo sobre Heidegger e Nietzsche que são os pensadores que mais alimentam sua reflexão, o que podemos conferir em suas próprias palavras.





Conteúdo, originalidade, arte, cores e muita criatividade são sinais marcantes desta obra que foge do formato de manual. O doutor em filosofia proporciona um olhar mais singelo e simples, porém ao mesmo tempo desbravador e desafiador para seu leitor, que irá se deparar com termos, conceitos e um linguajar não muito pensado para a filosofia, que é o linguajar mais comum, mas, que não perde sua complexidade.





Por fim, a importância de destacar em sua integra, a artimanha bem elaborada que o filósofo fez ao aliar filosofia com músicas, cinema, imagens, poemas, pensamentos e natureza. Assim, a obra se torna preciosa tanto para o estudante como para o professor que poderá utilizá-la no ambiente escolar, podendo ser tanto em suas aulas como nas práticas e formas de se fazer filosofia, isto é, que pode ser na rua, em casa ou em qualquer lugar que podermos utilizar a aguçada reflexão pensante que possui o filósofo.



Uma segunda obra que apresentamos é o livro Para filosofar escrito por Cassiano Cordi, Antonio Raimundo dos Santos, Elizabeth Bório, Avelino Correa, Neusa Volpe, Ana Laporte, Silvia Araújo, Anita Schlesener, Luiz Ribeiro, Dimas Floriani, Maria Justino. O livro foi premiado com o prêmio Jabuti de 2001.Chama-se atenção à diagramação bem feita, à clareza da linguagem, a exposição das figuras ilustrativas, mas falta um pouco de coloração, isso ajudaria um pouco mais na aplicação do livro, já que na arte pintada as cores têm muito a dizer.

Vale a pena destacar que autores mergulham na história da filosofia de um jeito que não deprecia a grandeza de cada autor, mas ao contrário, elevam-nos e o valorizam-nos.Algo de muito proveitoso, também, é o convite que é feito à reflexão, logo após os temas expostos. Propõem-se algumas questões que podem ser pensadas a partir do conteúdo que foi apresentado no capítulo.As duas obras têm em comum o fato de trazerem a filosofia para o dia-a-dia. Isto é algo pelo qual sempre se almejou. Só se compreende bem o que se usa, se aplica.Do mais, os alunos e educadores poderão aproveitar muito bem os temas e a partir deles passarem afazer leituras filosóficas das coisas da vida, que muitas vezes passam despercebidas.

O nascer e pôr do sol, por exemplo, é uma expressão de movimento. Mas o que é movimento? Votar nas eleições é uma maneira de exercer a cidadania democraticamente, contudo o que é cidadania e democracia? E como essas coisas estão ligadas à arte? Deseja-se, por fim, um bom uso dos livros.


















[1] Licenciando em Filosofia pela PUCPR.



[1] Charles Feitosa é Doutor em Filosofia pela Universidade de Freiburg na Alemanha.


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