A dinâmica da vida entra na
dinâmica da minha historia, e entre vírgulas e pontos, reticências e
parênteses, é nos meus pedaçinhos de papel rabiscados com lápis que deposito
meus pensamentos e que são na maioria
das vezes um encontro entre o meu coração e suas dores, cores e amores.
O que dizer a um homem que no
amor encontrou a impossibilidade de amar, como ser uma palavra conselheira a
uma mulher que entre lagrimas revela a angustia de não poder dar amor a quem
ama. Quilômetros de distancias, silêncios, ausências, noites frias e sem sono.
É nos bastidores, no apagar das
luzes, no final da peça da vida que venho de encontro com os protagonistas do
palco, que são ao mesmo tempo espectadores da existência. Um jeito estranho de
viver, de nascer e de morrer. Desde que descobri que para morrer não necessitamos
habitar a sete palmos do chão e que para nascer não necessitamos entrar denovo
no ventre materno, percebi que a dinâmica da vida é demais complexa para
decifrar-la com palavras apressadas ou respostas instantâneas, que por muitas
vezes vem fabricadas em manuais de auto-ajuda ou enigmas copiados de algum
maestro zen.
A dor do amor, quem pode
curar-la, ou a magoa de sentir-se instrumentalizado nas mãos de alguém. Quem
pode restituir-nos ou ressarcir-nos os juros do uso indevido. Sempre me
encontro na encruzilhada, seja ela da vida mesmo, ou das palavras ditas e não
ditas. Tem muito amor nesse olhar, tem muita saudade naquele abraço que ficou,
tem muito cafuné naquele cheiro que você deixou na camisa.
Sofrer, essa dor é como algemas
que não se podem retirar sem antes pagar a fiança. A sensação da liberdade sem
as algemas é passageira quando no trocar de passos na estrada se descobre que
se esta sozinho. Quem me vira visitar ou quem me dará a mão dizendo vai dar
tudo certo. Você me pergunta dos meus medos, você os responde com seu simples
piscar de olhos, o interrogador é a resposta da sua mesma pergunta.
Sofri, mas atire a primeira pedra
quem nunca sofreu. O passado parece que retorna, cheguei acompanhado, mas
retornarei sozinho, a musica é meu caminho, e quem eu encontrar nas avenidas e calçadas
da estrada será meu consolo, seu acenar mudara minha vida para sempre.
Encontrarei-te, talvez nos
espelhos de uma vidraçaria qualquer. Nos jogos de um parque de exposições,
acompanhada com sua família ou quem sabe. Fique em paz, no tormento de um
coração que te escreve. Fique na luz, na escuridão de um gemido do peito que
não sai por medo de que alguém possa ouvi-lo. Permaneça no amor, ele salvara o
mundo, mesmo que quem o escreva esteja morrendo por causa dele, pois eu sei que
ele nos salvara e resgatará nossas almas.
Com amor, com dor, com cor, com
coração ...